17/10/2011

Um diário de Blender

Minha vida pode ser resumida em escritos
Tudo que sei e que conheço está escrito em um papel
Nada além.


Um diário, uma pasta digital, um rolo qualquer,
com um pouco de tinta nas mãos ou algo para destacar,
eu começo a escrever, meio que sem pensar,
apenas fecho os olhos.

Em conto, conto meu passado, meus temores,
conto sobre o presente
e sobre o futuro incerto.

Conto sobre mim e minha alma,
minhas desilusões
e aqueles que admiro, me admirando.

Gosto de como escrevo e como conto a minha vida,
gosto de aumentar as escalas assim pareço o maior,
gosto de não mentir, acredito que mentira corrompe,
mas sei que aos olhos alheios sou um pobre homem.

Ando, vejo, escuto, sinto, desejo, porém não vivo,

Releio meus escritos e logo imagino como o personagem
deveria ser feliz pela vida que viva, pena que a tinta não
mostra os sentimentos daqueles escritos, mas sempre que
leio acredito que aquele que está ali é alguém muito feliz
vivendo plenamente uma vida e que no final do dia escreve
em seu diário de capa amarela-queimada com um sorriso
que não cabe em linhas.

É assim que vejo um mundo em histórias sem fim.

11/10/2011

Narrativas - As tumbas de Arkanos




Olhem, estão todos nos observando!”, a voz de Arkam se propaga com intensidade por entre as construções antigas, e olhos vermelhos começam a ganhar forma nas lacunas. Estão os quatro em círculos, esperando que algo pior aconteça para que alguma ação inesperada surja de algum lugar.

Mirelini ociosa com aquela situação pensa, “o que será que Morfes estava pensando quando nos enviou para esse lugar asqueroso com esse cheiro de comida dos porcos”, ela porta apenas uma tocha nas mãos e um líquido viscoso que recolhera no fundo do calabouço onde passará alguns meses por desafiar o filho do rei Luther o assim chamado por ela principezinho Voulque. Ela começa a notar que existem desenhos no chão e eles dispostos em um círculo que circundava todos os quatro, as gravuras parecem com a de uma oferenda, criaturas corcundas com garras devotando a uma deusa que está sentada no trono feito de nuvens, e alguns símbolos desconhecidos.

Arkam impaciente com aquela situação fala, “Ô! Vocês ai de olhos vermelhos, num temo tempo pra isso não, se quiserem alguma coisa venham logo que agente resolve aqui na espada se não nos deixe em paz que minha tolerância diminui a cada segundo que passamos aqui, Adeus!”.

Angel olha sério pra Arkam, “Sério mano? Eu aqui pensando que iriamos poupar o máximo de energia que pudéssemos e você provocando essas coisas ai, por amor ao reino  e a todas as vagabundas, cale a boca!”.

Infinitas até agora apreensiva tem a atenção chamada por Merelini, “Psiu! Olhe o chão e diz o que você acha”, Infinitas começa a vasculhar cada seguimento e cada desenho e faz um gesto para sua amiga de quem não entendera nenhum palmo do que virá, mas intrigada continua procurando algo.

As criaturas escondidas começam a agir de forma hostil como se quisesse provocar algum temor nos quatro ali presentes, os andares da velha construção coberta de lodo começam a tremer, para quem esta observando do circulo parecia que os olhos estavam a dançar. Uma das criaturas ganha forma por entre a escuridão, pequena e de pele verde asquerosa o ser levanta a mão e todos os outros param, olhando firmemente para os cavaleiros ali à frente e resmunga algo incompreensivo.

Arkam levanta a mão que porta a espada, “Até que em fim poderemos sair daqui sem mais demora, vai Infinitas!”. A criatura olha com duvida sobre a exaltação do guerreiro de armadura prata com panos vermelhos e símbolos dourados e se surpreende com um jato de luz branca tocando em sua pele, para seu azar não era luz e sim uma prece recitada pela mais poderosa maga de Criaturas Mágicas do reino de Arkanos, a serva de Arkam, feiticeira Infinitas. A pele da criatura começa a ficar cheia de bolhas e sem reações demais sucumbe em dor e perde completamente a consciência, então cai. As outras da mesma espécie começam a fugir já que sua liderança acaba de padecer. E os quatro guerreiros começam a relaxar.

Merelini diz com voz inconformada, “só isso? Eu me sujei toda por uns sapinhos medrosos?”. Então todos ouve uma exclamação de Angel que esta a olhar preocupado o chão que misteriosamente começa a brilhar, “Pelos infernos, vocês não sabem ler? Essa imagem do meio parecida com um circulo de ritual é a marca do chão sagrado do templo de Alinis a rainha Mork que virou deusa após derrotar o Virilioun o deus-mor dos infectos, e as escrituras mostram que o ritual começará logo após as preces serem atendidas”. Arkam com astúcia e um rosto inconfundível de espanto tenta saltar para fora do circulo antes de seu amigo terminar de falar. Ainda no ar ele percebe o chão começa se abrir como um alçapão que  desdobra para baixo, um vento tremendamente forte puxa-o para dentro do buraco assim como os outros guerreiros que estavam ali presentes.

09/10/2011

O Funeral

Tenho uma estima por contos. Tenho uma estima maior pela quem sabe ou sabia escrevê-los.
Esse conto é de 16 de Junho de 2008 com algumas modificações. Eu lembro bem que a ideia era ser um conto de terror e alguém me disse para melhorar a retórica. Talvez um professor, ou foi um conhecido chamado James, talvez Deus...quem sabe.




 O Funeral


Seguia uma aglomeração. As pessoas passando pelas praças, pelas portas, pelo padre, aproximando-se compassadamente ao cemitério. A ritualística do enterro em contradição ao sentimento do fim do Fim. Do não querer o fim. O funeral representa bem a necessidade humana de simbolizar, de publicar à todos e à Deus. A morte, temida, clássica, tão relativizada e conceituada, desprezada e superestimada, amada, assassinada; o Funeral, em sentido amplo, temido por alguns, adorado por outros, mas respeitado por todos.
A Paróquia acabara de criar o programa contra violência doméstica e ali estavam as rosas brancas no esquife, simbologia para todas e todos que partiram desta vida para os braços do Pai em razão do erro agressivo e assassino de seus entes.
E ela esperou todos irem... Talvez não. Decaída, estava lá por não conseguir andar. Seu lenço de bordado inconfundível, molhado com a água e o sal produzidos por seu corpo. Seu corpo... Seu corpo seria confundido por qualquer anjo que observasse de cima das nuvens, convenientemente cor de cinzas, com os cadáveres daquela montanha. Os corvos estariam cometendo erro escusável se dali para o mundo dos mortos levasse a alma daquela garota. Talvez sua estadia mórbida de horas imaginando o cadáver ali enterrado no esquife sem mogno, sem ouro, sem marfim ou seda, revelasse essa vontade. É realmente uma pena que os corvos trabalhem bem.
O padrasto havia matado a mãe com uma facada no pescoço, certeira e única, como que agraciado pelo divino por tentar tão belo golpe contra sua amada. Bêbado e drogado, mas realmente desejando aquilo, em tamanha potência que alguns demônios sentiriam pena, e os restantes se curvariam. Ela abraçou as rosas entre as pernas e sob sua cabeça. A coruja, conhecedora do seu lar, observava uma sombra ainda que na escuridão, ainda que no pouco contraste com a terra lavada pela chuva: "Levante, vamos para casa".
"Bom dia, meu amor". Um beijo. Uma cama. Uma casa. Uma vida? Nada era dela. Estranhou como tudo era alegre e ordeiro, inesperado devido aos últimos eventos, e ao acordar percebeu em sua memória um mês em um mundo que não era seu. "Bom dia, meu amor". "Cheguei". Era a vida perfeita para ela.
Sua irmã lhe fez uma visita e enquanto preparava almoço ela viu que conversava com o homem. Tentou ao longe ler entre os lábios deles o que saía de um para outro, pois nunca haviam demonstrado tamanha proximidade, mas eram os olhos deles que falavam mais. Ela viu alguma coisa, entendeu como sensações, não quis pensar sentimentos. Algumas horas de conversa. Ela foi embora.
Um mês no seu mundo em que tudo era bom, mas no dia seguinte ele não voltou. E sim, ela esperou. Esperou incondicionalmente. Mas não resistiu, não perderia perder aquilo tão fácil. Apanhou uma faca. O céu se abriu para que a lua refletisse em seus olhos, forçando os músculos ciliares, contraídos pelo ódio, relaxarem e deixarem cair a lágrima da vingança. Foi à casa da irmã única. Estava dormindo. Num só golpe desenhou a morte ao pescoço dela. Deixou seu lenço. Devagar, saiu da casa, foi para o cemitério, escondeu-se com a ajuda de sua amiga coruja e por horas esperou.
A aglomeração estava lá. O mesmo ritual, o mesmo símbolo. Esperou todos irem embora. Esperou a noite. Viu as rosas brancas e abriu um sorriso. Não, não havia matado por ciúme. É que ela precisava das rosas. Abraçou-as como abraçaria o amor em objeto, com fé, esperança! Foi quando o céu riu e ele não apareceu. Decaía-se novamente, a chuva queimava seu cabelo e ela pôs a cabeça entre as pernas como da outra vez. Por Deus, era a mesma vez. "Levante, vamos para casa", a irmã a ajudava a levantar.

07/10/2011

Personalidades Alternativas



Com olhos afincos o caçador a procura sua presa
está tem que ser diferente das outras
qualquer gesto interessante, qualquer forma.

Procuro atentamente por entre as cidades
minha fome por almas não sacia mais como antes
eu preciso sentir algo diferente tudo que jamais sentir.

Aprendo sobre aqueles que me rodeiam
quando mudam, mudo com eles
nada temem, a ignorância é uma benção.

Só mudo quando devo mudar
me controlando para não ler meus amigos
quem tudo ouve tem que aprender a parar de escutar.

Entro em sua mente e consigo prever suas ações
sou rápido suficiente para te imitar e te ultrapassar
funciono como uma máquina mas sou um homem.

...

Dentro de cada um reside uma vontade de ser único, essa carência vem do fato de tudo ser parecido, o mundo funciona da forma que deve funcionar, nenhuma doença, guerra ou até mesmo políticas diferentes poderiam interferir na formação e destruição humana, o ser humano aprende com seus erros e erra para testa-los. Cada pessoa tem um caráter único que se misturados a outras parecem os mesmo só que distribuídos em parcelas diferentes em cada um. (Marcks).

A vida é um jogo que deve ser vivido ao máximo, cada aventura e realizações e quando paramos é que perdemos. Podemos pensar, discutir, se enturmar, mas no final tomaremos as decisões sozinhos. (Turco).

Quando olho daqui de cima, todos são iguais, atitudes, pensamentos, todos podem ser classificados, rotulados. Quando desço parece ser um mundo diferente, de muitas formas, anárquico, todos brigam para ficar por cima. As guerras, mesmo as psico-guerras são travadas ao choque de olhares, é como se fosse todos tivessem um único objetivo, derrubar, destruir com a desculpa de reconstruir da sua forma depois. (Gabriel).

Não me pergunto os porquês, nem de onde venho muito menos para onde vou, quero está aqui, gosto daqui e lutarei por isso, usarei das regras mais baixas para isso, ninguém deve me vencer porque se eu perder é game over para todos. (Andre).

Estou cansado de perder, tudo é tão enfadonho, minha vida é chata, nunca consigo o que quero e quando consigo perco a vontade pouco tempo depois, estou sempre doente e fraco essa dor me quebra por dentro. Estou cansado de viver mas sou tão fraco que não consigo morrer, sou tão fraco que não quero nem me levantar, tudo é tão pesado, as pessoas são tão más que eu prefiro nem me levantar daqui, ficar sentado e logo me deitar, dormi e então acorda e depois fazer algo que não gosto até ficar com vontade de deitar novamente. (Romaico).

06/10/2011

A Sociedade da Máscara


Introdução Máscara


A Máscara é. O Condicionamento também é. A verdade não é porque a probabilidade pode ser. A Máscara é não usar dois verbos, e sim um. É ser, estar, poder e não poder ser, poder estar, estar podendo; O que se diz ser ausência de Máscara na verdade é uma, pois a Máscara também é não ser. A capacidade de por Máscaras é contraditória: racionalizar a própria vida, psiqué e sociedade para ser, se for conveniente, parece não ser, mas é condição ser verdade para ser Máscara; uma imitação não é uma Máscara devido a mentira e a fraqueza que esta trás. A mentira pode ser uma característica da Máscara, mas esta não é, nem pode ser.

Um amigo próximo me permitiu usá-lo como exemplo, ele tentou deveras definir sua Máscara, ou o que gostaria que ela aparentasse. Chama-se Dellacróix:

Suicida

Sou um poeta pétala laminada
que emana os odores da morte.
Uma cova ao inferno diante da estrada
ligando o amor à pura sorte


Sou um poeta noturno de alma negra
e em mim reside minha própria lua.
Em formato de dama ela regra
as rimas da poesia mais nua


Que tormenta minha lua já não passara
em mim, fiel ao ermo e às rimas se solicitada?
É que sou um poeta cuja máscara disfarçara
a mentira mais real bem dilatada:


Que sou um poeta espírito puro
de coração feito de pedras da lua.
Eu, sim, corro ao nadar nas ruas
a procura do calhau mais duro


para num golpe último, seguro de vida,
minha lua voltar ao lugar que lhe merece
e falar à eternidade que nunca esquece
aquele poeta máscara suicida

05/10/2011

Heróis


A guerra continua até o momento. Se alguém sugerisse que a história da humanidade é a história da guerra, poucos concordariam. Se existe um conceito tal como o progresso para a humanidade, ninguém pode dizer que o progresso não é um resultado da guerra. Talvez por que os seres humanos sejam animais que continuarão a lutar até que o último caia morto. Durante a guerra, imensas quantidades de sangue, lágrimas e sabedoria são perdidas. Os sonhos e esperanças das pessoas são de repente destruídos. Mas, em alguma epóca, existem aqueles que tem o desejo de mudar o mundo, para melhor ou para pior. Para avaliar como esses essas pessoas mudaram o mundo, talvez não possamos confiar nas pessoas daquela epóca, pois os relatos dos historiadores e os valores da humanidade mudam conforme os tempos. Mas poucas pessoas ambiciosas deixaram suas marcas, e seus nomes foram grandes dentro das páginas da história. Estas pessoas são chamadas... heróis.


Flor de Lis


Tão pequena, tão amarela de fundo tão azul
de significados tão diversos
me pergunto se seu real valor está no que representas.

Suas formas firmes para o norte aponta
ainda mais quando os náuticos a ti puseram nessa posição
infeliz deve ter sido ficar no norte por tanto tempo.

Mas pior que o norte o destino te levava
de grandes impérios a flor de luís foi esquecida
e depois por mais usada como marca de traição.

Quem pode julgar a audácia dos homens
se à eles foram dados a capacidade de pensar
quanto que de pureza tuas lindas pétalas não viram nada

Suas grandes formas apagadas
e em papel azul apenas o amarelo revelado
que pena para você, o grande flor dos pequenos.

04/10/2011

O Defeito de um Deus


O Homem pode ter vários defeitos...
Mesmo ele sendo sujo, frio, mentiroso , arrogante, bondoso ou religioso ...
Ele tem que morrer...
Morrer nos faz superior aos deuses...
Morrer seria o fim, ou seria algo que nem mesmo deuses possuem...
Pois um deus é o senhor do impossível e pra ele tudo é possível...
Errado...
Deus não senhor do impossível, pois pra ele não é possível deixar de existir...
Então será que existe algo superior a deus...
Se existir seria algo como a force!!!

03/10/2011

No infinito tudo se encontra


Ninguém pode escrever o próprio destino.

Caminhava em uma direção,
Triste e perdido, não sabia o que fazer,
Estava sofrendo muito e não sabia o porquê.

Era deslocada, nenhum lugar era o lugar certo,
Olhar em sua sombra a fazia ter arrepios,
Surtava apenas em pensar que estava sendo seguida.

Sentia que não ia encontrar ninguém,
Mas sinceramente não precisava,
Porque ninguém era mais importante que si mesmo.

Olhava no espelho o tempo todo,
Cuidava de sua beleza como se fosse tudo
E de pouco em pouco escovava seus cabelos.

Estava sentado quando viu ela passar
E tremeu só em pensar puxar conversa,
Nunca foi tímido, mas ela era perfeita.

Tinha certeza de suas escolhas,
Com convicção condizia seus pensamentos,
Mostrava a cada um, um momento novo.

Não sabia o que era,
Não sabia se queria continuar vivendo,
Não suportava a ideia de ser uma pessoa qualquer,

A ponte estava bem ali quando ele precisou
Não pensou duas vezes, apenas correu e pulou,
Quando caiu não sentiu mais dor, não sentiu mais nada.

É engraçado pensar que todas essas pessoas já se encontraram uma vez na vida e foram decisivas para a formação da personalidade uma das outras. No final tudo não passará de uma história que pode ser contada ou inventada, basta encontrar quem leia e então terá alguma importância.